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Gripe Aviária em Gatos

A gripe aviária, também conhecida como influenza aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e selvagens. A doença tem também sido detetada esporadicamente, em mamíferos, incluindo humanos. Além do impacto na saúde animal, a doença tem efeitos devastadores na indústria avícola, sendo uma ameaça para a subsistência dos trabalhadores, a segurança alimentar e o comércio internacional. 

A gripe aviária pode propagar-se facilmente através de:

  • secreções e excreções de aves infetadas, especialmente fezes;
  • alimentos para animais e água contaminados (em explorações agrícolas ou em mercados de aves vivas);
  • contacto com calçado, veículos e equipamentos contaminados;
  • movimentos transfronteiriços de aves, incluindo a migração de aves selvagens e o comércio ilegal.

Embora a gripe aviária afete principalmente aves domésticas e selvagens, pode, esporadicamente, transmitir-se a mamíferos, incluindo gatos. Os gatos são hospedeiros ocasionais dos vírus da gripe aviária.

Os gatos podem infetar-se através de contactos com aves selvagens ou domésticas infetadas bem como pela ingestão de produtos alimentares crus obtidos das mesmas.

Quando infetados, os gatos podem apresentar vários sinais clínicos, nomeadamente apatia, perda de apetite, depressão severa, febre, dispneia (dificuldade em respirar) e alterações neurológicas (por exemplo, convulsões, paralisias). Estes sinais clínicos aparecem alguns dias após a exposição ao vírus e podem conduzir à morte do gato afetado. Por outro lado, alguns gatos poderão apresentar um quadro clínico mais ligeiro. A gravidade da doença em gatos pode variar muito, dependendo da estirpe do vírus da gripe aviária envolvida e do estado de saúde e de imunidade de cada gato.

Sim, já se registaram mortes de gatos devido a gripe aviária.

As infeções respiratórias são muito comuns em gatos e manifestam-se por sinais clínicos semelhantes aos da constipação comum em humanos (por exemplo, lacrimejamento, boca ou garganta inflamadas, espirros, febre). Pode ser causada por vários vírus (calicivírus, herpesvírus) e/ou bactérias (Bordetella bronchiseptica, Chlamydia felis). Existem vacinas contra estas infeções respiratórias disponibilizadas pelos médicos veterinários. Não existem vacinas para a infeção por vírus Influenza em gatos.

Os gatos podem infetar-se com vários outros subtipos e estirpes de vírus da gripe. Normalmente, a infeção é subclínica ou causa apenas doença leve. No entanto, a gravidade da doença pode exacerbar-se devido a stress ou outra doença crónica.                                                                 Os fatores que determinam a suscetibilidade das espécies a diferentes vírus da gripe ainda não são bem conhecidos e requerem investigações suplementares.

Os gatos não têm um papel significativo na transmissão da gripe aviária aos seres humanos ou outros animais. Embora seja improvável que as pessoas se contaminem com gripe aviária através do contacto com um gato infetado, seja doméstico, errante ou, selvagem, tal é possível, particularmente se ocorrer exposição prolongada e desprotegida. Devem ser tomadas precauções ao manusear um animal doente, quer se trate de um animal de estimação ou de um animal selvagem.

O risco de transmissão da gripe aviária de um gato doente para um ser humano é considerado muito reduzido ou negligenciável.

  •  Os gatos suspeitos de infeção por vírus da gripe aviária devem ser isolados de outros animais de estimação e as pessoas que contactem com eles devem usar equipamento de proteção individual (EPI) adequado.
  • Se suspeitar que o seu gato não está bem e foi exposto à gripe aviária contacte o médico veterinário assistente.
  • Se tiver sintomas gripais, consulte o seu médico de família/serviços de saúde.
  • Sempre que possível, evitar o contacto direto com aves domésticas doentes, aves selvagens encontradas mortas, objetos com vestígios de excrementos de aves ou superfícies ou fontes de água (por exemplo: lagoas, bebedouros, lagos) que possam estar contaminadas com saliva, fezes ou fluidos corporais de aves. 
  • Ao regressar a casa, certifique-se de que deixa o calçado fora do alcance dos gatos.
  • Se permaneceu em áreas exteriores contaminadas com excrementos de aves, limpe o calçado ao chegar a casa e desinfete a superfície do local onde colocou os sapatos.
  • Mantenha boas condições de higiene durante a preparação das refeições para os gatos. Evite alimentar gatos com carne crua de aves de capoeira, especialmente se tiverem ocorrido casos de gripe aviária na sua região.
  • Mantenha-se informado sobre as últimas informações das autoridades locais. O risco de os gatos se exporem à gripe aviária será maior se tiver havido notificação de casos de gripe aviária na sua área.

Perguntas frequentes (adaptado de “Q & A: Avian Influenza in cats” – WOAH )

Raiva

A raiva é uma doença viral que afeta o sistema nervoso central dos mamíferos, incluindo o Homem – é uma zoonose fatal em, praticamente, 100 % dos casos.

A raiva é provocada por um vírus do género Lyssavirus que causa encefalite. Existem 12 espécies de no género Lyssavirus, sendo o vírus da raiva clássica (RABV) o mais importante para a saúde pública e animal. Diferentes estirpes do RABV circulam nos carnívoros, frequentemente cães domésticos, mais raramente gatos e, dependendo do continente, noutras espécies de mamíferos da ordem dos carnívoros (raposas, cães mapache, etc.) ou dos quirópteros (morcegos).

A raiva transmite-se através da saliva de um animal infetado. 99% dos casos em humanos ocorre na sequência de mordedura por cães infetados.

Também pode ocorrer infeção devido ao contacto da saliva infetada com uma ferida aberta ou com membranas mucosas, como a boca, o nariz e os olhos, mas são situações raras.

Não, Portugal é um país oficialmente indemne de Raiva desde 1961.

O vírus da raiva clássica é encontrado em todo o mundo. Alguns países implementaram medidas sanitárias rigorosas que permitiram eliminar a doença. Noutros países, particularmente na África e na Ásia, a doença mantém-se endémica, e ocorre, quer em cães, quer em reservatórios selvagens.

A raiva mata cerca de 59.000 pessoas todos os anos, a maior parte dos casos crianças com menos de 15 anos, sobretudo na sequência de mordedura por cães.

O vírus geralmente mantém-se no ponto de entrada (mordedura/ferida) durante algum tempo antes de progredir, ao longo dos nervos, até ao cérebro, onde se multiplica rapidamente, dando origem aos primeiros sintomas neurológicos. Do cérebro dissemina-se, através dos feixes nervosos até aos órgãos e glândulas salivares, de onde é excretado

O período até surgirem os primeiros sinais num animal infetado é muito variável, desde alguns dias até seis meses, ou mais, dependendo da estirpe do vírus, da espécie do animal, de características próprias do individuo e do ponto de entrada no organismo – o período de incubação será tanto mais curto quanto mais próximo for o ponto de entrada em relação ao Sistema Nervoso Central.

A doença pode transmitir-se a outros animais e às pessoas através da saliva de um animal infetado, por vezes antes ainda do início dos sinais clínicos, o que constitui um risco grave para qualquer pessoa/animal que entre em contato com esse animal.

Quando se manifestam sintomas/sinais, a doença é sempre fatal, quer no Homem, quer nos animais.

Não existem sinais clínicos exclusivos da raiva.

Quase sempre os animais infetados com o vírus da raiva alteram os seus comportamentos, mas os sinais são muito variáveis, dependendo do efeito do vírus no cérebro.

Na forma clássica da raiva, as alterações de comportamento nos animais infetados podem levar a que estes, especialmente os selvagens, percam o receio natural em relação aos outros animais e às pessoas, e, portanto, se aproximem e entrem em contacto com estes. Nalguns casos, animais de temperamento dócil tornam-se agressivos e procuram morder de forma descontrolada pessoas, outros animais e objetos. Os animais podem automutilar-se.

À medida que a doença progride provoca disfunção cerebral e dos nervos cranianos, ataxia (falta de controlo muscular e incoordenação motora), fraqueza, paralisia progressiva, convulsões, dificuldade respiratória e de deglutição, salivação excessiva. A doença conduz, invariavelmente, à morte.

Há casos, porém, em que as alterações comportamentais são mínimas e os animais morrem subitamente sem manifestarem sinais clínicos significativos.

A principal medida de prevenção contra a raiva é a vacinação dos animais suscetíveis à doença.

Em Portugal, a vacinação antirrábica dos cães é obrigatória desde 1925.

Apenas um animal com vacinação antirrábica válida se encontra protegido, caso venha a contactar com um animal infetado com raiva.

Qualquer episódio de agressão a pessoas ou a animais por parte de cães, gatos ou outros animais sensíveis à raiva deve ser reportado às autoridades para avaliação, uma vez que constitui suspeita da doença.

Como medida de salvaguarda, nunca deve levar para dentro de casa nem adotar animais selvagens, ou interagir com os mesmos em proximidade.

O trânsito internacional de animais requer certificação veterinária. Não deve introduzir em Portugal, ou noutros países, animais sem as devidas autorizações (ver https://www.dgav.pt/vaiviajar/conteudo/animais-de-companhia/ )

A avaliação clínica de um animal suspeito de raiva compete exclusivamente aos médicos veterinários.

Embora possa suspeitar-se da ocorrência de raiva com base em sinais clínicos, são necessários testes laboratoriais para confirmar o diagnóstico.

Após a morte do animal pode obter-se um diagnóstico inequívoco, através de exame realizado num laboratório competente.

Qualquer situação em que tenha ocorrido mordedura ou arranhão por um carnívoro doméstico ou selvagem deve ser investigada.

A ocorrência de agressões provocadas por animais suscetíveis à raiva deve ser reportada à autoridade veterinária concelhia (médico veterinário municipal, MVM).

Qualquer animal sensível à raiva que tenha agredido outro, bem como o animal agredido, devem ser avaliados pelo MVM e, eventualmente, sujeitos a um período de vigilância clínica durante, pelo menos 15 dias, para eliminar a hipótese de ter ocorrido infeção pelo vírus da raiva

Embora Portugal seja um país indemne de raiva, pode entrar clandestinamente um animal que se tenha infetado noutro país.

O incumprimento das determinações do médico veterinário municipal, ou das entidades policiais ou de segurança, nomeadamente em relação à apresentação do comprovativo da vacinação antirrábica válida, ou à apresentação do animal no Centro de Recolha Oficial para os necessários procedimentos previstos na legislação aplicável, constitui crime de desobediência, punível com pena de prisão ou com pena de multa, de acordo com o artigo 348º do Código Penal. 


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