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Descrição da doença

A peste suína africana (PSA) é uma doença viral que afeta todos os suídeos domésticos e selvagens de qualquer idade. Provoca avultados prejuízos económicos devido à alta mortalidade dos animais, à aplicação das medidas de emergência, aos bloqueios comerciais internacionais.

A PSA não é transmissível aos humanos

Agente causal

A PSA é provocada por um vírus da família Asfarviridae do género Asfivirus

O vírus da PSA é muito resistente no meio ambiente, na matéria orgânica e em baixas temperaturas.

Sobrevivência do vírus da PSA

  • Carne e produtos cárneos
    • Carne e vísceras – 105 dias
    • Carne salgada – 182 dias
    • Carne/pele/gordura seca – 300 dias
    • Carne congelada – 1000 dias
  • Sangue – 15 semanas à temperatura ambiente, meses a 4º C e anos quando congelado
  • Cadáveres de suídeos como o javali: O vírus da PSA é resistente à putrefação e autólise pelo sobrevive por muito tempo nos cadáveres de javalis dependendo da temperatura ambiente. Quanto mais baixa a temperatura maior a sua sobrevivência. O vírus pode sobreviver na medula óssea durante meses.
  • Urina – 15 dias a 4º C e 3 dias a 21ºC
  • Fezes – 8 dias a 4º C e 5 dias a 21ºC
  • Solo – Foi detetado material genético do vírus no solo após a remoção de cadáveres infetados com o vírus
  • Insetos hematófagos e carraças: Em condições experimentais ficou provado cientificamente que a mosca do estábulo “ Stomoxys calcitrans” pode transmitir o vírus da PSA. As carraças do género “O Ornithodoros” podem albergar o vírus infetante durante anos.

Inativação do vírus da PSA

  • Luz solar direta
  • Destruído a 56.º durante 70 minutos e a 60.º C durante 20 minutos
  • Desinfetantes aprovados pela DGAV para a eliminação do vírus da PSA após limpeza cuidadosa. Ver portal DGAV

Hospedeiros

Os suídeos domésticos e selvagens são susceptiveis de serem infetados pelo vírus da PSA.

As carraças do género Ornithodoros são consideradas hospedeiros naturais deste vírus dado que têm a capacidade de albergar durante longos períodos de tempo o agente patogénico com plena capacidade infeciosa.

Transmissão

  • Por contato direto entre os animais infetados e os susceptiveis; através do contacto com fezes, urina, secreções nasais, oculares e genitais e sangue;
  • Pela alimentação com restos de comida, como restos de carne, produtos animais (enchidos, etc) de animais infetados com o vírus da PSA;
  • Por contacto indireto por vetores inanimados (fómites), incluindo alimentos para animais, camas, equipamentos, veículos, roupas que estiveram em contato com secreções e excreções contaminadas (sangue, saliva, fezes e urina) de animais infetados.
  • Pela picada do vetor biológico a carraça mole género Ornithodoros infetada
  • Por vetores mecânicos como os insetos hematófagos
  • Pela contaminação iatrogénica: vacinação, injeções e cirurgias

Período de incubação

  • Pode variar entre 4 a 19 dias.
  • O período de incubação das formas agudas é entre 4 a 7 dias

Diagnóstico clínico

A PSA apresenta-se sobre várias formas clínicas; aguda, subaguda e crónica dependendo da virulência do vírus. As formas agudas têm mortalidade e morbilidade muito elevadas. As formas subagudas ocorrem nas regiões endémicas. São raras as formas crónicas da doença.

Formas clínicasSinais clínicosLesões
HiperagudaOcorre geralmente morte súbita sem quaisquer sinais. Pode, no entanto, ocorrer febre (41 – 42º C), anorexia, inatividade e hiperpneia 100% de mortalidade (1 a 4 dias)Não existem lesões evidentes nos órgãos.
AgudaFebre (40º C- 42º C), aumento do ritmo cardíaco e da frequência respiratória Apatia, anorexia e descoordenação motora (1 a 2 dias antes da morte)Vermelhidão cutânea (manchas pequenas pontiagudas ou estendidas)Vómito, diarreia por vezes com sangue, secreções oculares e nasais. Área em redor da cauda suja com fezes e sangueAbortos em todas as fases da gravidez;Vírus muito virulento: mortalidade de 90 – 100% (6 – 9 dias);Vírus moderadamente virulento: mortalidade de 90 – 100% (11 – 15 dias)Hemorragias cutâneasLinfonodos hipertrofiados e hemorrágicos (mais evidente nos linfonodos gastro-hepáticos e renais)Esplenomegalia hemorrágica com os bordos arredondadosPetéquias na cápsula dos rinsExcesso de fluídos no pericárdio e nas cavidades torácica e abdominal (hidropericárdio, hidrotórax e ascite);Petéquias no coração (epicárdio), bexiga e rins (córtex e pélvis);Edema pulmonar severo e hemorragias pulmonares de extensão variável;Petéquias, equimoses e excesso de sangue coagulado no estômago e intestinos
SubagudaCurso clínico idêntico das formas agudas mas menos severoMortalidade 7 a 20 dias após infeçãoAs lesões vasculares são mais pronunciadas nos linfonodos gastro-hepáticos e renaisLesões no baço menos pronunciadas que na forma agudaPericardite serosa e fibrinosa
CrónicaCaracterizada por uma grande variada de sinais clínicos como perdas de peso, picos irregulares de febre, sinais respiratórios, abortos,artrites, ulceras cutâneas crónicas ou necroses na pele, pericardites, articulações inchadasA doença prolonga-se durante um longo período (2 a 15 meses); Baixa mortalidade (2 a 10 % dos animais doentes)  AbortosProcessos de necrose (pele e cavidade oral)ArtritesNecrose caseosa e focal com mineralização dos pulmõesLinfonodos inchados
Adaptado de Sánchez-Vizcaíno J.M. (2010). Detección precoz y planes de contingência para a peste porcina africana – Conf. OIE.

Diagnóstico laboratorial

O diagnóstico clínico tem que ser diferenciado pelo diagnóstico laboratorial, pois existem outras doenças com sinais clínicos semelhantes aos da Peste Suína Africana

O laboratório nacional de referência é o INIAV, I.P.

Diagnóstico diferencial

Existem outras doenças com sinais semelhantes aos da PSA, tais como: Peste Suína Clássica (PSC),Salmonelose, Mal Rubro, Pasteurelose, Doença de Aujeszky, Síndrome Respiratório e Reprodutivo Suíno (PRRS) e outras Septicémias.

Profilaxia médica

Não existe vacina contra a PSA

Não existe tratamento para esta doença


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