MENU
Programa Pedagógico
Num mundo que se vai tornando cada vez mais dependente das tecnologias de informação, os jogos de computador são parte integrante do quotidiano das crianças/jovens, afastando-os do contacto com a natureza e com a realidade do mundo rural. Porque todos habitamos um único planeta, uma só Terra, que compartilhamos com todos, torna-se necessário transmitir às crianças ideias estruturantes do seu pensamento sobre o modo como funcionam as “Quintas”, nas quais são produzidas as plantas e criados os animais que permitem obter os alimentos que se consomem todos os dias. As formas de abordar este tema poderão ser, em si mesmas, um meio estimulante da sua curiosidade e motivador de maiores contactos com o meio ambiente, levando-os a desfrutar mais tempo ao ar livre, em contacto com a natureza. Os processos pedagógicos nesta área são do maior interesse para os “meninos da cidade” e para a sua preparação para vida e para o entendimento do mundo.
Para além disso, estes programas destinam-se a influenciar comportamentos e atitudes do setor mais jovem da população para a importância e valorização da vida animal e conservação da biodiversidade.
Nas suas múltiplas perspetivas, uma das realidades mais interessantes, está relacionada com as raças autóctones portuguesas, cuja existência e função têm de ser preservadas e divulgadas, também, pelas crianças, porque esses animais são muito mais do que meros produtores que carne, leite, ovos ou lã; são elementos chave da biodiversidade, de uma paisagem, do equilíbrio ambiental, de alguns produtos característicos a elas associados, da sustentabilidade, sendo também peças indissociáveis das culturas rurais, da tradição, de sabedorias milenares e do futuro do mundo rural português.
A preservação das raças autóctones é vital para a defesa dos ecossistemas agrários, permitindo uma utilização mais eficiente dos recursos locais e regionais, tanto genéticos como produtivos, contribuindo para a manutenção de sistemas de produção sustentáveis (porque são consumidores de carbono, reciclam subprodutos agrícolas que dificilmente teriam outros aproveitamentos) e para a fixação das populações rurais. É igualmente importante referir a questão da conservação das identidades genómicas, fruto de sedimentações adaptativas milenares, uma vez que cerca de metade das diferenças genéticas são únicas para cada raça e a outra metade é comum a todas as raças da mesma espécie.
Atualmente, os animais classificados como pertencentes a raças autóctones são, nas suas condições de origem, os mais adaptados a um determinado biótopo e com a resiliência produtiva mais natural. Estes animais são parte integrante dos sistemas agrários mais sustentáveis, mais amigos do ambiente, vitais para a manutenção das populações em meios mais inóspitos, proporcionando simultaneamente a obtenção de produtos diferenciados, com valores distintivos únicos.