MENU
Encefalopatia espongiforme bovina
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como BSE ou doença das vacas loucas, é uma doença neurodegenerativa fatal, que, como o próprio nome indica, provoca lesões esponjosas no cérebro e na espinal-medula dos bovinos.
A BSE pertence a um grupo de doenças designadas por priónicas, no qual estão incluídas entre outras, a Scrapie (nos pequenos ruminantes), a Doença Emaciante Crónica dos Cervídeos (CWD), a Encefalopatia Transmissível dos Visons, a Encefalopatia Espongiforme dos Felinos e no caso do Homem, a Doença de Creutzfeld-Jakob (CJD) e o Kuru.
O agente que transmite a doença é designado por prião (do inglês proteinaceus infectious particle), e trata-se de uma proteína celular (PrPc) que a dado momento se pode modificar e tornar infeciosa (PrPsc).
Os bovinos infetados com BSE, manifestam alterações de comportamento (excitação, depressão, apatia, nervosismo, atitudes repetitivas, medo, agressividade), falta de coordenação motora (alterações de posicionamento da cabeça, tremores, quedas, decúbito, paralisias) e uma série de outros sintomas inespecíficos compatíveis com doenças do sistema nervoso central.
O período de incubação é extremamente longo, em média 4–5 anos, e após o aparecimento dos sintomas, a morte ocorre em poucos meses. Não existe, até ao momento, qualquer tipo de tratamento.
O 1.º caso de BSE surgiu no Reino Unido em novembro de 1986.
Os bovinos ter-se-ão inicialmente infetado através do consumo de rações contendo proteína animal (farinha de carne e osso) contaminada com o agente responsável pela doença. As rações estariam infetadas porque, como matéria-prima, teriam sido utilizados cérebros, espinal-medula, intestinos, entre outros subprodutos, de animais infetados com priões ocorrendo por isso a “reciclagem” do agente.
Paralelamente, uma mudança no método de fabrico das rações, que possibilitou a utilização de temperaturas mais baixas durante o processamento, terá, em parte, contribuído para a disseminação da doença.
Mais recentemente estudos sugerem que a doença também possa surgir devido a uma mutação genética no “Prion Protein Gene”.
Na sequência da epizootia nos finais dos anos 80 início dos anos 90, surgiu em humanos uma nova variante da Doença de Creutzfeld-Jakob (nvCJD).
Esta nova variante, ao contrário da forma clássica que afeta pessoas entre os 45–75 anos (mais frequente entre os 60-65 anos), afeta pessoas jovens (em Portugal as 2 vitimas confirmadas até ao momento eram adolescentes).
O Homem infeta-se através da ingestão de “Materiais de Risco Especifico (MRE)”- cérebro, olhos, intestinos, espinal medula, coluna vertebral e gânglios das raízes dorsais infetados com o prião, ou através da ingestão de alimentos que contenham parte destes materiais.
Por esta razão, a BSE é considerada a par de outras doenças, como “Foodborne Disease” (Doença de origem alimentar), ou seja uma doença que pode ser veiculada através da alimentação.
Apesar de ter sido inicialmente diagnosticada na Europa, a BSE encontra-se espalhada por vários continentes.
A BSE é uma Doença de Declaração Obrigatória (DDO).
Lista de laboratórios autorizados pela DGAV para análises no âmbito do plano de vigilância e controlo das encefalopatias transmissíveis (EET’s)
. Questões Frequentes
Consulte :
. EFSA European Food Safety Authority – Bovine Spongiform Encephalopathy (BSE/EEB).
. OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) – Portal da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB/BSE).
. OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) – EEB/BSE – Dados Específicos.
Para mais informações sobre a BSE em Portugal:
Questões Frequentes
Doenças dos Bovinos